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Entre conquistas e lutas, o mundo celebra neste 8 de março o DIA INTERNACIONAL DA MULHER

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Ano a ano as mulheres lutam cada vez mais por respeito e igualdade de direitos

Neste domingo, 8 de março, será celebrado mais uma vez o Dia Internacional da Mulher, data que procura abordar fatos da história de lutas por direitos igualitários e a importância da mulher na sociedade.
A origem da data tem diversas versões difundidas ao longo dos anos e, por isso mesmo, controversa sobre sua real motivação.
Uma delas está associada a manifestações como a greve de operárias em Nova York, nos Estados Unidos, com muitas delas mortas num incêndio que destruiu a empresa onde trabalhavam, em 1911.
Dois anos antes, em 1909, houvera uma greve de costureiras, que durou de novembro daquele ano a fevereiro do ano seguinte, 1910. Esse movimento teria inspirado outros similares e em 1911, as mulheres empregadas na Triangle Shirtwaist Company costuravam cerca de 14 horas diárias, por salários entre 6 e 10 dólares por semana, passaram a reivindicar melhores condições de trabalho e a diminuição da carga horária, além de aumento dos salários. Elas também entraram em greve e no dia 25 de março daquele ano o prédio da fábrica foi incendiado, matando 123 mulheres e 23 homens. A maioria das funcionárias que morreram era de mão de obra imigrante judia, algumas com apenas 14 anos de idade. Veículos de comunicação ligados aos países socialistas de então publicaram matérias especulando a possibilidade de que os patrões (representando o capitalismo) seriam os culpados pelo incêndio.
Após o trágico fato, a legislação de segurança para incêndios foi reformulada e as leis trabalhistas revisadas, antecipando muitas conquistas para as mulheres.
A história também relata indícios que o Dia Internacional da Mulher remontaria à Revolução Russa de 1917, marcada por diversas manifestações e reivindicações conduzidas por operárias.
Em 8 de março daquele ano, cerca de 90 mil trabalhadoras russas teriam percorrido as ruas pedindo melhores condições de trabalho e de vida, ao mesmo tempo que se manifestavam contra as ações do czar Nicolau II. Esse evento ficou conhecido como “Pão e Paz”; as manifestantes também lutavam contra a fome e a protestavam contra a Primeira Guerra Mundial (1914- 1918). Destacaram-se nessas manifestações o combate às longas jornadas de trabalho e aos baixos salários, portanto, a luta tinha foco na busca por melhores condições de vida e trabalho, além do direito ao voto.
Diante desse panorama, a criação de um dia dedicado à luta das mulheres foi sendo delineada por manifestações que ocorreram concomitantemente nos Estados Unidos e em diversas cidades da Europa em finais do século XIX e início do século XX.
Sabe-se, ao final das contas, que em 1975 a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou o período entre aquele ano e 1985 como a década da mulher e reconheceu 8 de março como o dia delas. Logo após, em 1977, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) reconheceu oficializou o Dia da Mulher, em homenagem às 129 operárias queimadas vivas.
No ano de 1978, o prefeito de Nova Iorque reafirmou o 8 de março como Dia Internacional da Mulher, desencadeando a data pelo mundo afora.

LEI MARIA DA PENHA

No Brasil, um dos maiores símbolos de luta em favor dos direitos da mulher foi a farmacêutica cerarense Maria da Penha, que em 2006 deu nome à lei nacional nº 11.340. Maria da Penha foi homenageada após ter sofrido por anos violência doméstica praticada pelo marido, que tentou assassiná-la duas vezes e por ter deixado a sequela permanente de ser paraplégica. A lei é considerada um marco na história de luta das mulheres brasileiras contra a violência doméstica, já que assegura uma série de resguardos nesses casos.
Hoje, Maria da Penha é líder de movimentos em defesa dos direitos das mulheres e vítima emblemática da violência doméstica.Apesar disso, nos últimos anos tem se acentuado as agressões contra as mulheres, criando até termos novos no dicionário brasileiro, como o feminicídio, que é o assassinato de mulher pelo simples fato de ser do sexo feminino.

CURIOSIDADES

Em 5 de setembro é comemorado o “Dia Internacional da Mulher Indígena”, instituído em 1983. A data é uma homenagem à quéchua Bartolina Sisa, esquartejada durante a rebelião anticolonial de Túpac Katari, no Alto Peru (atual Bolívia).
Em 25 de novembro ocorre o “Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher”, instituído em 1981, no “Primeiro Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe”, e oficialmente adotado pela ONU em 1999. A data marca o assassinato das revolucionárias dominicanas “Irmãs Mirabal”.
Em 1932, no governo Getúlio Vargas, mulheres adquiriram no Brasil o direito ao voto.
O dia 25 de julho é dedicado ao “Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra”. A data, instituída em 2014, é uma homenagem à líder quilombola que viveu no Brasil no século XVII.
A data também é celebrada nas cidades da região por onde este Página Zero circula, em eventos com ênfase nos temas dedicados à igualdade de gênero e ao combate à violência contra a mulher, conquistas e histórias das lutas. Neste ano, no entanto, até o fechamento desta edição na quinta-feira, 5/3, apenas Carapicuíba e Santana de Parnaíba haviam divulgado ações alusivas à data (ver matérias abaixo).