Bruno Cunha
“A esperança é o sonho do homem acordado”, disse Aristóteles. Com a pandemia, muita gente parou de sonhar, de ter esperança num futuro melhor. E tem muitos motivos para isso! A “primeira onda” da Covid-19 está sendo muito difícil e dolorosa. Distanciamento social, quarentena, lockdowns, isolamento social, milhares de infectados e mortos. Mas como dizem: “existe o outro lado da moeda”, sempre existe. O que falta é falar desse outro lado da moeda, e que dias melhores, se Deus quiser, virão sim!
Muitos são os fatores que acarretam transtornos e sofrimentos. A economia é um desses, e deverá entrar numa “segunda onda” de recessão no Brasil e globalmente. Como encarar tantas situações novas e complexas com esperança? É bem verdade que a humanidade, pouco a pouco, observa sua incapacidade de dominar tudo. Mesmo com tantas tecnologias, avanços médicos e científicos uma “gripe” abateu milhares de vidas em todo o mundo.
O que considero um grande avanço, que ainda não chegou em muitos países, empresas e famílias é: esperar o melhor. Ter esperança é fundamental para nós, fracos e impotentes seres humanos. Nunca foi tão necessário ter esperança! Seja na economia, na vida, para sairmos da crise. Precisamos nos unir e ter esperança que a cura está a caminho. Pessoas, famílias, empresas, cidades e nações precisam se unir em esperança. O mundo vive o paradigma de esperar a pandemia passar, achatar a famosa curva de contaminação do Imperial College da Inglaterra, e poupar vidas. Ao mesmo tempo, não pode perder a fé de que iremos superar. A economia vive da expectativa, como nós economistas costumamos dizer. E a vida também!
Se as pessoas tiverem um olhar de esperança, pela cura da Covid-19, e pela vacina, dado o árduo trabalho de inúmeros pesquisadores, cientistas, médicos e infectologistas, o mundo irá superar essa fase dificílima. Crer no amanhã é necessário e fundamental. Crer que o homem é um ser frágil, todavia resiliente, forte. Aprendemos com os erros, crescemos e melhoramos.
Vemos que muitos estão em casa sem saber o que vão comer ou vestir quando acabar o auxílio emergencial do Governo. Por outro lado, vale lembrar que o Brasil já viveu momentos muito difíceis, e sobrevivemos. Momentos diferentes, e de menor proporção, como hiperinflação, perda da democracia, impeachment, recessão, desemprego astronômico e quedas no PIB. Vencemos tudo isso e venceremos novamente!
O mundo passou por problemas gigantescos no século XX: Duas grandes guerras em especial, e a iminente guerra fria. O medo da crise econômica é o nosso segundo grande inimigo depois da Covid-19. É preciso se precaver, tomar todos os cuidados possíveis de isolamento e higiene. O outro lado da moeda é também restaurar os sonhos. Grávidas irão dar a luz em alguns meses, crianças vão nascer. Sim, é bem verdade que para muitos de nós será preciso muito tempo para se recuperar das perdas de vidas, amigos e parentes, mas não podemos perder a esperança.
O brasileiro é forte, generoso, solidário, resiliente. Em breve seremos surpreendidos com um futuro que iremos construir juntos. É preciso esperar em vigilância e observação a pandemia passar, e continuar sonhando e vivendo. Um dia cada vez. Afinal, a cada dia basta o seu cuidado. Por mais duro que seja, não deixe de ter esperança, pois ela também é parte da cura.
Bruno Cunha é economista, professor na Faculdade Canção Nova e missionário da Comunidade Canção Nova