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Ao menos quatro prefeitos da região Oeste admitem crise de leitos de Covid-19, mas confirmam investimentos próprios

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Prefeitos da região administram leitos de Covid-19 com recursos e iniciativas próprias

Diante do quadro de agravamento da pandemia de Covid-19 com a redução do número de leitos de enfermaria e de UTI para atendimento à população, o jornal Página Zero procurou os prefeitos das sete cidades da região Oeste da Grande São Paulo (Osasco Carapicuíba, Barueri, Jandira, Itapevi, Santana de Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus) para saber de cada um deles e se em cada uma das cidades eles consideram a mesma crise enfrentada pelo governo do Estado de São Paulo e também pelo governo federal no atendimento ao público.
Perguntas simples foram feitas à assessoria de cada um dos prefeito, como por exemplo, se a crise em cada uma das cidades é oriunda das deficiências administrativas impostas pelo governo do Estado ou pelo Ministério da Saúde, que representa a esfera federal no atendimento de toda a crise.
A reportagem ouviu de retorno, no entanto, que pelo menos aqui na região não há crise de leitos e que os prefeitos estão usando a própria estrutura administrativa municipal para ampliá-los oferecendo-os à população.
É o caso, por exemplo, do barueriense Rubens Furlan (PSDB). Em um vídeo gravado em suas redes sociais nesta semana ele divulgou que a cidade está criando novos leitos. E disse: “Todos os dias eu sou obrigado a falar o que eu não gostaria de falar, a respeito do vírus que está dizimando o planeta e aqui não está sendo diferente. Hoje (15/3) mandei criar mais 46 leitos. Serão 31 de enfermaria e 15 de UTI a mais. Com isso nós teremos 169 leitos de enfermaria e 68 leitos de UTI. E isso que estamos fazendo agora amanhã já vai estar lotado, 100% lotado”. Furlan também falou sobre a necessidade da criação de mais leitos: “Dizem que Barueri tem dinheiro, Tem mas não tem profissionais. Está difícil encontrar médicos e enfermeiros intensivistas. Está difícil de comprar equipamentos, respirador mecânico, por exemplo. Por isso não é só o dinheiro que vai resolver o que tem que fazer, mas o que é possível comprar o que tem no mercado disponível”, salientou.
Já a assessoria do osasquense Rogério Lins (Pode ) enviou o seguinte texto à Redação do Página Zero: “Osasco tem ampliado o número de leitos para atendimento aos pacientes de Covid-19. Nas duas últimas semanas, decidimos fechar os prontos-socorros Osmar Mesquita, Jardim d’Abril e Santo Antônio para que as unidades abriguem pessoas internadas com a doença. Essas unidades são exclusivas para pacientes acometidos pelo coronavírus”. E completou: “O acompanhamento dos casos no município é feito diariamente. A Prefeitura tem reforçado a necessidade do cumprimento da Fase Emergencial do Plano São Paulo justamente para conter a disseminação do coronavírus, reduzindo casos de internação e de mortes. Usar a máscara corretamente, lavar as mãos com frequência ou usar álcool em gel, além de evitar aglomerações, são as recomendações expressas por meio de banners, faixas, carros de som e nas redes sociais da administração pública. Por enquanto, Osasco tem suprido a demanda de leitos”.
O prefeito de Itapevi, Igor Soares (Pode) respondeu o seguinte: “A responsabilidade do combate à pandemia do coronavírus deve ser de todos os entes federativos: municipal, estadual e federal. Todos trabalhando em prol da população. Presenciamos de uma atuação importante do governo do Estado de São Paulo, responsável pela primeira vacina aplicada e produzida no Brasil e que mantém a distribuição para todos os estados. Por outro lado, também somos responsáveis por auxiliar na abertura dos restaurantes Bom Prato durante toda a semana e com três refeições diárias. O governo municipal, aqui em Itapevi, se esforça para tornar o orçamento enxuto em ações diretas para o combate à pandemia, com contratação de mais médicos, abertura do entro de Combate ao Coronavírus (CCC), com mais leitos de enfermagem e UTI, contratação de leitos da iniciativa privada, subsídio econômico a moradores, empresários e comerciantes, como a não cobrança de juros e multas para impostos municipais, fornecimento de merenda aos alunos da rede municipal de ensino, dentre outras ações.
Por outro lado, vemos um governo federal praticamente inerte, paralisado. Não oferecendo subsídios aos municípios, apesar das diversas solicitações de recursos, de pagamento de leitos na rede privada, de testes para Covid-19, da ampliação da oferta de vacinas. Enfim, se não fossem as atuações contínuas dos governos municipais e estaduais, infelizmente, hoje estaríamos presenciando uma situação ainda mais crítica em todo o país”, observou o itapeviense.
O Página Zero perguntou ao piraporano Dany Floresti (PSD) se ele vê a crise de leitos na cidade. A resposta foi latente: “Não! Na última semana reforçamos a estrutura do Pronto-Atendimento retomando as atividades do Centro de Combate ao Coronavírus. Hoje contamos com oito novos leitos, sendo três deles equipados com respiradores mecânicos e todos os aparelhos necessários para atendimento aos pacientes diagnosticados com Covid-19.
Quanto aos leitos de UTI, o município não tem, no momento, nenhum paciente aguardando transferência para Hospitais Regionais por meio do sistema CROSS”, completou.
Apesar de administrarem casos iguais e já terem manifestado publicamente posições similares, os prefeitos de Carapicuíba (Marcos Neves/PSDB); de Jandira (o médico Dr. Sato/PSDB) e de Santana de Parnaíba (Marcos Tonho/PSDB) não responderam à reportagem do Página Zero até o prazo final para encerramento desta edição. Talvez considerem que suas respectivas populações já estejam devidamente “bem informadas” ou que elas sequer precisem da informação tão importante neste momento.
O jornal Página Zero não elaborou levamtamento de disponibilidade de leitos na rede particular da região.

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